sábado, 27 de novembro de 2010

O conflito direto entre as forças de segurança pública e as facções criminosas no Rio de Janeiro deverá ser seguido por uma atuação mais importante: o aparelhamento dessas comunidades com a presença do Estado. Quando o domínio territorial for retomado pelo governo, a batalha pela inclusão cidadã dos moradores dessas regiões será o maior desafio do governo local.

A atuação da polícia está resgatando a credibilidade dessa instituição, prova disso é a aceitação popular da sua atuação. O respeito aos agentes de segurança promove valorização das corporações e gera um resultado sinérgico muito positivo para as organizações de segurança pública. Confiabilidade, valorização e reconhecimento podem reduzir a corrupção no setor de segurança.

O objetivo dessas ações e a retomada de territórios, agora dominados pelo tráfico, para redução da criminalidade e inserção dessas comunidades aos serviços do Estado. A conquista física dos territórios é o primeiro passo, a manutenção de condições estáveis para a entrada de serviços públicos é a próxima etapa. Com a entrada de serviços públicos e a organização dessas regiões como: ordenação territorial para dar um endereço a cada morador; acesso a educação; instalação de postos de saúde; regulamentação das atividades comerciais; promoção de um sistema de transporte adequado à realidade das comunidades; entre outras atividades – representará a maior conquista do Governo e da sociedade.

A atuação das forças estatais, nesse episódio, causa transtornos à população, que fica no meio do fogo cruzado. Passar por esse desgaste sem a retomada definitiva da organização social pelo Estado pode gerar uma enorme decepção e descrença dos afetados, que desejarão o retorno do antigo modelo oferecido pelas organizações criminosas. Diante disso, a atuação governamental tem de promover soluções consistentes para resgatar definitivamente essas comunidades que viveram e vivem a margem do Estado Democrático de Direito.

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