terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Com a chegada do verão, os moradores de regiões periféricas já começam a preocupar-se com as chuvas. Não há bolsa família que resolva problemas dessa “natureza”. Culpar o acaso parece ser a melhor solução quando os alagamentos e desabamentos provocam a destruição de casas, vidas e jogam na condição de indigência diversas famílias. Para acabar com desigualdades, não basta introduzir excluídos sociais em categorias de consumo, mas criar condições de evolução humana a cada indivíduo.

O que está em questão não é salvação do planeta, pois este continuará aqui, mas a criação de condições sustentáveis para nossa existência. As mudanças climáticas alteraram a configuração urbana, o comportamento social e cria novas formas de exclusão. As regiões periféricas sofrem com a ausência de infraestrutura, violência, trafico de drogas, condições sanitárias, insegurança alimentar e abrigam grande parte da população sem acesso adequado à educação e saúde.

A ausência de políticas públicas, para desenvolvimento urbano dessas regiões, potencializa os efeitos das mudanças climáticas que alteram significativamente a vida das pessoas que habitam áreas de risco. É vergonhoso grande parte da população brasileira viver em regiões onde o asfalto é o único elemento de infraestrutura urbana. As pessoas e regiões mais afetadas pelos impactos ambientais estão esquecidas pelo Estado, que adota medidas paliativas para a solução de desastres ambientais.

O Brasil precisa ser mais eficiente e responder aos anseios da população com força equivalente a sua grandeza. É preciso pensar e implementar soluções para essa nova realidade ambiental, observando o homem como elemento central desse processo – pois sofre os impactos dos desequilíbrios naturais provocados por suas próprias ações. Com o novo ano virão “novos” governos, representantes populares e possibilidades. Espero que venham também ações de enfrentamento sustentável dos problemas nacionais, da verdadeira inclusão social e do reconhecimento de cada indivíduo dentro desse processo sinérgico de evolução humana.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

No apagar das luzes do dia 15 de dezembro, o Senado Federal aprovou, em votação simbólica, emenda à Resolução nº 65 de 2010 do Senado Federal, que efetiva 06 ocupantes de cargos comissionados, nessa condição desde o período anterior a Constituição de 1988. Lotadas em gabinetes, foram exoneradas com o fim dos mandatos de seus respectivos Senadores e renomeadas, logo em seguida, pelo bom relacionamento mantido na casa.

Com isso, fica claro que a política, através de suas estruturas, pode mudar o mundo jurídico e por sua vez mudar o mundo real. Essa alteração jurídica de favorecimento a apadrinhados políticos é no mínimo uma disfunção da política, para não dizer uma vergonha e desrespeito com quem se qualifica para atuar na sociedade de forma legítima e merecida. Enquanto muitas pessoas dedicam-se para disputar uma vaga em um dos concursos mais disputados do país, um clube de amigos é conduzido às vagas sem nenhum esforço, demonstrando que a formalidade e a legalidade suprimiram a moralidade.




terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Com a aproximação do final do ano é natural querer avaliá-lo e fazer um balanço de nossas vidas. Diante desse sentimento, quase natalino, estive pensando em como avaliar as realizações desse ano na minha vida. Percebi que o aumento da capacidade de consumo, obtido com o trabalho, nos dá uma sensação de realização. Lembrei-me, então, das pessoas que sentiam-se realizadas não pelo que consumiam, mas pelo que faziam. Com isso, ficou claro que viver no atual modelo capitalista e consumista alterou, paulatina e significativamente, o comportamento social.

As mudanças não representam novos valores, mas modos adaptados a essa configuração social. As pessoas, que no passado sentiram-se realizadas por seus feitos, teriam, na época atual, recompensas materiais como reconhecimento e realização. É natural que o trabalho, como elemento de construção da sociedade, seja o responsável por contribuir com realização do homem social.

Quantos, no passado, atribuíam a si trabalhos realizados por outros? Quantos, hoje, esbanjam capacidade de consumo sem poder fazê-lo? Observando essas questões, vejo que não há disfunções na busca da realização pessoal apenas no momento atual. Por isso, é preciso ter cuidado ao avaliar se a capacidade de consumo condiz com a de produção (intelectual, material, serviços), pois esse é o equilíbrio necessário que contribui para a realização pessoal.

Esses questionamentos e avaliações são possíveis porque conseguimos medir o tempo, já que controla-lo seria impossível. Chegar ao final de mais um ano pode dar a sensação de dever cumprido ou de que teremos mais trabalho, isso depende de como nos comportamos. A avaliação anual precede uma maior, que é a da nossa vida. Diante disso o melhor é poder olhar para trás e verificar que evoluímos, a cada ano. Para aqueles que ainda não têm esse sentimento, existe um ano novinho se aproximando para corrigir, acertar e continuar avançando no processo de desenvolvimento.

sábado, 27 de novembro de 2010

O conflito direto entre as forças de segurança pública e as facções criminosas no Rio de Janeiro deverá ser seguido por uma atuação mais importante: o aparelhamento dessas comunidades com a presença do Estado. Quando o domínio territorial for retomado pelo governo, a batalha pela inclusão cidadã dos moradores dessas regiões será o maior desafio do governo local.

A atuação da polícia está resgatando a credibilidade dessa instituição, prova disso é a aceitação popular da sua atuação. O respeito aos agentes de segurança promove valorização das corporações e gera um resultado sinérgico muito positivo para as organizações de segurança pública. Confiabilidade, valorização e reconhecimento podem reduzir a corrupção no setor de segurança.

O objetivo dessas ações e a retomada de territórios, agora dominados pelo tráfico, para redução da criminalidade e inserção dessas comunidades aos serviços do Estado. A conquista física dos territórios é o primeiro passo, a manutenção de condições estáveis para a entrada de serviços públicos é a próxima etapa. Com a entrada de serviços públicos e a organização dessas regiões como: ordenação territorial para dar um endereço a cada morador; acesso a educação; instalação de postos de saúde; regulamentação das atividades comerciais; promoção de um sistema de transporte adequado à realidade das comunidades; entre outras atividades – representará a maior conquista do Governo e da sociedade.

A atuação das forças estatais, nesse episódio, causa transtornos à população, que fica no meio do fogo cruzado. Passar por esse desgaste sem a retomada definitiva da organização social pelo Estado pode gerar uma enorme decepção e descrença dos afetados, que desejarão o retorno do antigo modelo oferecido pelas organizações criminosas. Diante disso, a atuação governamental tem de promover soluções consistentes para resgatar definitivamente essas comunidades que viveram e vivem a margem do Estado Democrático de Direito.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Os conflitos globais sempre ocorreram e vão continuar. As implicações da guerra cambial e os seus resultados são desconhecidos - mas é muito importante que continuemos como protagonistas nas negociações globais. Sabemos que os impactos econômicos da emissão de US$600 Bilhões - para compra de títulos pelos Estados Unidos - provocará alterações significativas na economia mundial. A China continuará com sua moeda desvalorizada para seguir como parque industrial do planeta e manter o ritmo de crescimento da sua economia.

As duas superpotências globais enfrentam seus problemas aplicando mecanismos e instrumentos sem levar em consideração as implicações em outros países. Com isso, percebemos que o Brasil precisa se ajustar a esse cenário e buscar soluções adequadas para enfrentar a guerra cambial. Manter o ritmo de crescimento, diante desse antagonismo econômico entre as nações, é requisito necessário para o Brasil emergir como potência. Alcançar esse protagonismo global será o desafio da nossa nova presidente por isso desejo-lhe sorte, pois queiramos ou não estamos todos com ela!


quinta-feira, 28 de outubro de 2010



Com a proximidade de mais um aniversário, penso novamente na idéia do tempo. O que é o tempo? Muitos se perdem no transcurso cronológico do tempo, esse tempo que não dá tempo para nada. Percebi que o tempo é um espaço, onde podemos viver nossas experiências, pois o passado, o presente e o futuro caminham completamente juntos.

Hoje, ao acordar, tinha planos para minha manhã, que naquele momento representava o meu futuro – porém ao longo da manhã (no presente) não consegui realizar tudo o que havia planejado e no final dela percebi que tudo já era parte do passado.

Quanto mais diminuímos o intervalo cronológico entre espaços temporais, mais forte é a noção de interligação entre o passado, presente e futuro – esse dinamismo nos faz imaginar que podemos vivê-los concomitantemente. Essa idéia de junção do antes, do agora e do depois deixa claro que o tempo é um espaço em que podemos existir e “experienciar” nossas projeções mentais.

Continuo não conseguindo controlar o tempo, e isso é obvio, porém começo a enxergá-lo de outra forma, talvez como um mecanismo de defesa.

sábado, 16 de outubro de 2010

Não há como mudar os aspectos sociais (política, cultura, religião, direito entre outros) se na historia real de cada indivíduo não houver um avanço considerável. Os aspectos sociais são reflexos da realidade de cada indivíduo. O atendimento às necessidades básicas do indivíduo, o avanço na educação e a oportunidade de evolução individual podem transformar nossa sociedade.
A transformação social passa pela transformação tecnológica e de produção, não há como pensar em um e descartar o outro. O modo produtivo altera significativamente a organização social por isso devemos escolher entre modelos novos e antigos de produção. Os modelos antigos estão preocupados com a produtividade e crescimento econômico, já os novos mostram a possibilidade de desenvolvimento sustentável de produção.
Se a transformação tecnológica e produtiva gera reflexos no comportamento social, a sustentabilidade do desenvolvimento produtivo deve ter no homem o elemento central, pois ele precisa sobreviver e desenvolver-se de forma integral.